Arquivo mensais:maio 2023

REFLEXÃO DOMINICAL: SOLENIDADE DE PENTECOSTES 2023

Caros irmãos e irmãos juntos com toda a Igreja, celebramos hoje o  dia prometido com tanto carinho por Jesus, o dia  de Pentecostes. O dia da chegada do advogado, do consolador, do defensor, do esclarecedor. Há um canto conhecido que diz: “Não há medo, incerteza ou cansaço, quando o Espirito Santo nos vem, quem temia recobra o cansaço, quem calava, proclama, porém”.

O dia citado  por São Lucas, é originalmente o dia de uma festa agrícola, no qual se agradecia a Deus a colheita da cevada e do trigo; mas, no século I tornou-se a festa histórica que celebrava a aliança, o dom da Lei no Sinai e a constituição do povo de Deus. Ao situar a vinda do Espirito Santo nesta festa, Lucas reconhece aí a novidade e a transformação que este evento provou na vida do povo de Deus e na comunidade dos cristãos.

Alguns símbolos importantes citados na narração de Lucas atestam esta novidade: O Vento e o fogo: remetem à manifestação de Deus no Antigo Testamento. Força irresistível de Deus que vem ao encontro do homem, como no Sinai: “Eu vi, ouvi e desci”. Outro símbolo mencionado é o das línguas: A língua é a maneira de um povo se comunicar, de estabelecer laços duradouros entre as pessoas, de se relacionar, de criar comunidade. Falar outras línguas, é sair da mesmice, do costumeiro, do comodismo na maneira de pensar e fazer as coisas. É superar preconceitos, vencer o egoísmo, o racismo, o machismo, o achismo e outros males.

Assim, caros irmãos e irmãs, Pentecostes marca um antes e um depois da comunidade, ontem e hoje. Antes, tínhamos uma comunidade tímida, amedrontada, frágil, insegura e incapaz de compreender as palavras de Jesus. Os discípulos tinham medo da perseguição, medo da cruz. Pediam para Jesus ensina-los a fazer milagres como ele fazia. Não compreendiam porque Jesus dissera que eles precisariam de um advogado, de um defensor, de um consolador. Não entendiam também porque Jesus havia dito que eles se sentiriam órfãos.

Depois de Pentecostes, a comunidade se transforma. Havia alegria, simplicidade de coração. Todos eram unidos e perseverantes  na oração, na partilha. Não havia necessitados eles. Havia temor de Deus, um dos sete dons do Espírito Santo. Havia partilha. Havia prodígios. Quanto aos apóstolos, Pedro se transforma em um pregador ousado, destemido. Venceu os seus preconceitos em relação ao puro e impuro, em relação aos estrangeiros. Tiago e João que tinham mania de grandeza enfrentam, com humildade, o martírio. Quanto ao desejo de fazer milagres e curas, eles, agora, bastava a sombra deles para realiza-lo. Junto com São Paulo ficam alegres e contentes até mesmo por serem presos e açoitados por causa de seus testemunhos de fé no ressuscitado.

Naquela noite havia gente de várias partes do mundo antigo. Todos os ouviam falar em sua própria língua. Isto nos mostra que o Espirito Santo não é seletivo quanto a culturas e nações. Isto nos faz pensar nos males que os males  etnocentrismo, ou seja o fato de considerar a nossa cultura superior à outra cultura, é antievangélica.  Hoje a África, a América, a Europa, a Oceania e a Ásia, ouvem as maravilhas Deus em sua própria língua. Para São Paulo, na segunda leitura de hoje, assim como o  Espírito se manifesta  a todos os povos, ele também se manifesta a todos os ministérios representados no membros de um corpo que é Jesus, denunciando assim a hierarquia de dons e carismas na Igreja.

Irmãos e irmãs, pensemos em nossa Igreja sem a presença do Espirito Santo. Nossas reuniões seriam marcadas por desentendimentos, competição, bate bocas, desrespeitos. Seria mais uma reunião, como as tantas que acontecem por aí no mundo secular. A nossa Igreja seria apenas mais uma instituição desgovernada, discriminatória, preconceituosa, classista, hierárquica. A bíblia seria apenas mais uma livro de leitura comparada a um livro de história ou de romance ou de auto ajuda. Seriamos uma outra torre de Babel.

Portanto, supliquemos sempre os sete dons do Espírito Santo: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade, e Temor de Deus., tão importantes no mundo de hoje.

Oremos “Vinde Espirito Santo enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espirito e tudo será criado e renovareis a face da terra. Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação, por Cristo Senhor nosso”.

Nossa Senhora de Pentecostes, Rogai por nós.

Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, Rogai por nós.

Pe. Luiz Aparecido, SVD

REFLEXÃO DOMINICAL: VI DOMINGO DE PÁSCOA 2023

A VIDA ILUMINADA PELO ESPÍRITO SANTO

           A liturgia das duas semanas que se seguem nos introduzem na expectativa do Espírito Santo que viva para santificar, dinamizar, fecundar e transformar “a face da terra”. 

A Igreja nos convida a entrar com os apóstolos no cenáculo para que em companhia de Maria nos prepare a sermos batizados no Espírito Santo. A Igreja também nos convida a sermos purificados e santificados imposição das mãos de Pedro e João. “Pedro e João impuseram-lhes as mãos e eles receberam o Espírito Santo” (At 14, 17).

A primeira leitura de hoje nos confirma de que com a vinda e a presença do Espírito Santo, os apóstolos e a comunidade cristã primitiva podiam proclamar em profundidade a vida e a mensagem do Ressucitado, Jesus Cristo. Jesus no evangelho de hoje enfatiza a importância da presença do Espírito Santo (jo 14,16). A permanência de Jesus entre os homens depende do nosso “nascer de Deus”, nascer do Espírito Santo. E pelo apoio do Espírito Santo, Jesus permanece entre nós. Governará e iluminará cada um e cada uma, a nossa comunidade com o Espírito Santo. Por isso, devemos rezar com a Igreja para que a nossa transformação e a comunhão se concretizem. Iluminados e guiados pelo Espírito Santo podemos nos perguntar: estou abrindo meu coração para Espírito Santo? ou estou convencido de que toda obra apostólica é a atuação do Espírito Santo?

Convencidos pela importância e a função do Espírito Santo na nossa vida e avida da Igreja peçamos:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações da vossa Igreja e de vossos fiéis com a vossa vida, com a vossa energia divina. Amém.”

Pe. Rudolvo Oetpah, SVD