
SANTAS MISSÕES POPULARES DE ALENQUER
A origem da Igreja católica de Alenquer tem seus fundamentos na Missão estabelecida pelos frades “CAPUCHOS DA PIEDADE”, entre os índios Barés ou Abares, em Curuá, no ano de 1694.
O “aldeamento dos índios” pretendia, ao mesmo tempo, proteger e evangelizar os nativos desta região.
Por volta do ano 1729, devido às condições geográficas e à falta de transporte, durante o período da seca, a Missão Baré foi transferida para o lugar Surubiú, que desde 1720, já existia como missão, sob a proteção de Santo Antônio de Lisboa.
O governador Mendonça Furtado, passando por essa Missão, em 20 de março de 1758, deu ao lugar o nome atual de Alenquer. No ano seguinte, após a expulsão dos Jesuítas, Dom Frei Miguel de Bulhões, 3º bispo de Belém, deu o título de Paróquia de Santo Antônio de Lisboa à Vila de Alenquer.
A primeira visita pastoral realizada na Paróquia foi feita por Dom Frei João de São José e Queiroz, em fevereiro de 1762.
Alenquer ficou muitos anos sem Pároco residente. Eram os padres de Santarém que vinham fazer a famosa “desobriga”. Pe. João Antônio Fernandes e Pe. José Nicolino Pereira dos Santos, este descendente de indígenas, se destacaram no zelo pela missão.
A ausência de padres fez crescer a presença dos leigos na coordenação das comunidades cristãs. Surgiram assim as “Irmandades” para organizar, principalmente, as festividades dos padroeiros. Com o passar do tempo, essa forma de organização laical, independente do freio da ortodoxia e autônoma no controle financeiro, entrou em colisão com a autoridade eclesiástica. Assim, em 1905, D. Frederico Costa, que tinha assumido, dois anos antes, a nova prelazia de Santarém, as extinguiu, todas.
Em Alenquer, três comunidades se foram organizando: Santo Antônio, no Centro; São Benedito, na Luanda; e São Sebastião, no Aningal. Os anais registram que, no fim do século XIX, a Paróquia tinha uma população de 2013 almas, das quais, 1980 eram católicas.
No primeiro quarto de século seguinte, o padre italiano Secundo Bruzzo, desenvolveu, durante 24 anos, um trabalho pastoral excelente. Graças aos seus esforços, por exemplo, foi retirada a exigência de Dom Amando Bahlmann, o bispo prelado, que insistia que viria benzer o novo cemitério de Alenquer se só os católicos fossem sepultados nele (1908). Alenquer teve problemas sérios nos anos de 1917/18, com a gripe espanhola, malária e enchentes, causando uma grande mortandade.
Em 1924, a Paróquia de Alenquer foi entregue aos cuidados da Ordem dos Frades Franciscanos. Inicialmente, os frades de Óbidos vinham fazer a desobriga. Mas em 1930, Frei Luiz Wandt foi nomeado pároco e assumiu esse cargo durante 8 anos.
Muitos outros o sucederam: Frei Edmundo Bonkosch, Cirilo Haas, Guido Fickers, Patrício Seubert, Evaldo Regula, Ricardo Havertz, Rogério Voges, Francisco José Goeddee, Mário Lueke, Luciano Maciel, Rodolfo Hartmann, Martinho Lammers, Alberto Osterholt, José Batista Fernandes, Carlos Weber, Hermano José Schartzbeck, Juvenal Carlson, Vianey Miller e Frei Juraci Estêvam de Sousa, que foi último pároco franciscano de Santo Antônio de Alenquer e que fez a transição com a nova equipe dos Verbitas.
Em 1997, Dom Martinho Lammers, pediu à Congregação dos Missionários do Verbo Divino que assumissem a Paróquia, pois os frades não tinham pessoal suficiente para continuar. Chegaram em Alenquer, os padres: Francisco Kom, Kevin Keenan, Roberto Ebisa, Patrício Ruane. Depois vieram João Belarmino, Estevão Rex Simangi, Antony Samy Siluvai, Cristóvão Kopec´, José Boeing, José Leandro Moreira, Manuel Rodrigues, Paulo Balaz, Jaime Alejandro, Adventino Nandus, Lucas Prugar, José Mapang, João Lopo Loin, Pio Norfiansyha, Erick Hulier e mais recentemente Tej Kumar e Jean Michel Randriambololona. Vieram também os Irmãos Luís Kaut e Blasius Kindo. O Pe. Emmanuel Andrade, diocesano de Óbidos, fez também um estágio de aproximadamente 2 anos.
Os padres Kevin Keenan e Cristóvão Kopec’ fizeram reformas na Igreja de Santo Antônio, enquanto o Pe. Francisco Kom tinha uma preocupação especial pela formação dos leigos.
Em 2004 foram realizadas as Santas Missões Populares, sob a coordenação do P. Roberto Ebisa e animação de P. Jaime Romero.
Ao longo dos anos muitas comunidades foram surgindo, tanto no interior como na cidade, e cada vez mais, a formação de leigos (as) está sendo a base da evangelização na Paróquia, pois, são eles que assumem as celebrações dominicais e alimentam o espírito comunitário fraterno. Atualmente estão ativas 145 comunidades.
Os Conselhos das comunidades foram-se formando ao longo dos tempos e hoje a Paróquia possui um Conselho de Pastoral Paroquial (CPP) onde estão representadas as Regiões, Áreas de Missão, as Pastorais e, naturalmente, a Equipe Paroquial, com um total de 49 membros. Este Conselho acontece a cada dois meses, havendo uma reunião extra para organizar a festividade de Santo Antônio. Já o Conselho de Pastoral Urbano (CPU) reúne mensalmente todas as comunidades da Cidade com a Equipe Paroquial.
A reunião anual para avaliação e planejamento das atividades pastorais e administrativas é denominada na Paróquia de Alenquer de Assembleia Paroquial. Acontece, normalmente no início do mês de dezembro e reúne todos os coordenadores das Comunidades, todos os coordenadores das Áreas, das Regiões, das diversas pastorais e dos Movimentos, além da Equipe Paroquial. Esta é a instância maior de decisões, sempre em conformidade com as normas diocesanas.
Devido ao aumento de paróquias na diocese, houve necessidade de diminuir o número de participantes no Conselho Diocesano de Pastoral que se reúne duas vezes por ano. Assim, a nossa paróquia é representada pelo Pároco, um membro das famílias religiosas presentes na paróquia e três leigos. Os leigos são: o coordenador de Pastoral, o Vice Coordenador de Pastoral e uma secretária do CPP.
Ainda não foi formado o Conselho Administrativo Paroquial. No entanto, as decisões para a escolha das prioridades na aquisição de patrimônio são tomadas nas assembleias paroquiais.
Os membros da assembleia paroquial, participam, todos os anos, num curso, em abril, para ajudar no cargo que exercem e se familiarizarem com o documento mais importante e recente do Magistério.
Arquivo Paroquial