Os missionários do Verbo Divino na Região Amazônica têm um rosto próprio nesta abençoada e desafiante parte do mundo e entendem como meta de sua missão três objetivos claros: a valorização do leigo; o assumir a cultura local para a tornar mais cristã, apesar da nossa diversidade; e um anúncio do Evangelho que leve à transformação da iníquo realidade social.

    Quando um novo missionário chega à Amazônia, tudo o deixa perplexo. A imagem que construiu sobre a região não aparece imediatamente. Os jacarés, piranhas e cobras grandes não passeiam pelas ruas da cidade; o rio Amazonas não sobe até às janelas da nossa casa no tempo de cheia e a tão falada floresta tropical não se encontra, exatamente, à saída da nossa porta… Por outro lado, é difícil escapar ao desassossego dos mosquitos (carapanas) e ao valor sufocante e inclemente que se faz sentir logo à saída do avião.

Mais complicado ainda, para quem vem de uma estrutura burocrática, é absorver a maneira informal, livre e simples que os verbitas aqui adotaram. E logo que acontece o contato com o povo, mais um choque pode surgir perante o calor das relações humanas misturado com simplicidade, espontaneidade, uma frágil formação religiosa, o gosto pela partilha e pela participação litúrgica. A perplexidade só termina quando visitamos as casas desta gente sofrida. E termina porque se transforma em solidariedade, em empatia, em compromisso de servir.

Com o decorrer do tempo, surgem novos desafios neste chão que pisamos. Precisamos avaliar o que fazemos e até reorientar nossa pastoral para responder melhor ao que se espera de nós. A caminhada continua. Viva Deus Uno e Trino.