Arquivo da categoria: Verbo Divino na Amazônia

PAROQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA – PLACAS – PARÁ

A Origem do Nome

       A Paroquia Nossa Senhora Aparecida de Placas – Pará, situa-se na Rua Nossa Senhora Aparecida, no centro da cidade de Placas. O município é situado ao oeste do estado paraense, que surgiu na década de 70, quando foi inaugurada a BR 230/Transamazônica. Após a inauguração desta rodovia, o Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER) fixou várias placas para a demarcação de trechos ao longo da rodovia, assim como o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que por sua vez também para demarcar uma reserva no Km 240 do trecho ALTAMIRA/ITAITUBA e, pois, ficaria no meio do caminho entre as duas cidades. (Reserva é área separada pelo INCRA durante a construção da Transamazônica, que não teria dono, uma área federal entre os lotes de 100 hectares de cada lado da rodovia, que mais tarde se tornaria a área urbana de Placas). As placas de demarcação, no meio do referido trecho e a já citada reserva, começaram a servir de ponto de referência para a população que já moravam ou que vinham para a região.

O Surgimento do Povoado

       Os donos de lotes vizinhos da reserva começaram a construir barracos, bem como os que chegavam na região em busca de um pedaço de terra para trabalhar e não tinham lotes, assim fixavam suas residências ao longo da BR. Ainda no final da década de 70, já contava com quase uma centena de casas e um hotel.

       A partir da década de 80, Placas, como já era assim conhecida, se tornava rapidamente uma vila às margens direita da rodovia. Vale ressaltar que Placas também era conhecida como Km 240 em referência a sua situação geográfica na BR 230. No caso da reserva do Km 240, eram dois lotes de que vem passando por acelerado processo de urbanização e crescimento populacional que reflete diretamente nas inúmeras famílias ao logo da transamazônica e comunidades das vicinais. Este fluxo migratório para a cidade se deve ao fato de que há um intenso processo de êxodo rural, pois, as famílias se dirigem à cidade em busca dos “benefícios” proporcionados pela recente urbanização, tais como: comércio, trabalhos nas empresas, lojas e prefeitura, principalmente a educação para seus filhos, tendo em vista que na zona rural do município não havia escolas suficientes para atender a demanda e o nível educacional. Invasão de pioneiros advindos do sul do país, com seus costumes e tradições.

       Logo a partir de setenta e três iniciou as pequenas comunidades ao longo da BR, por famílias que vinham de várias regiões do país. A cidade tem 30 (trinta) anos de existência, onde obteve sete mandatos de prefeitos/a. Placas passou a ser Vila de Santarém. Na época houve um Plebiscito para mudança de nome, devido a cidade se localizar na parte central do estado do Pará (Placas ou Alto Pará). Houve a votação e continuou sendo Placas. Devido o total abandono, por situar-se cerca de 300 Km da sede Santarém, a população começou a reivindicarem a emancipação política da Vila de Placas. Assim sendo em 26 de Setembro de 1996 houve o plebiscito juntamente com a primeira eleição municipal.

 

Multiplicação das Comunidades

As comunidades desde o Km. 224 até o travessão da Sessenta, pertenciam à Prelazia do Xingu (Diocese de Xingu-Altamira atualmente), sendo atendidas pela Paróquia de Uruará. Durante vinte anos essas comunidades foram assistidas pelo padre Francisco Glóry. Os padres: Oscar Fhur e Alírio contribuíram muito com as organizações dessas comunidades, enfrentando muitos desafios da missão nessa região como Sagrado coração, da 60 (sessenta), de onde vinham os comunitários desde o km 235.

Enquanto isso, as comunidades da cinquenta e nove até o Lama/Macanã, pertenciam à Diocese de Prelazia de Santarém e depois passou para a Prelazia de Itaituba e era assistida pela Paróquia de Rurópolis. Durante muito tempo essas comunidades foram atendidas pelos Franciscanos que até hoje carrega a marca como a do Frei Rainério. Até hoje esses setores da Paróquia se lembram com carinho dos Freis Emanoel e Top.

Missão e Presença Verbita

       Em meados de 90 (noventa) a Congregação do Verbo Divino assumiu a Paróquia Santíssima Trindade de Rurópolis e os vebitas continuaram atendendo as comunidades de Placas. Logo iniciou a comunidade Nossa Senhora Aparecida na cidade com construções da igreja, barracão e da casa paroquial, comunidade esta que houve vários conflitos, pois o governo da época não queria que o povo se organizasse. Dessa organização comunitária houve até prisões a fim de desestabilizar a população comunitária. A comunidade contava com a colaboração dos missionários das prelazias/paroquias da época, Xingu-Itaituba/Santarém do Verbo Divino.

       Em meio a tantos conflitos na época de 77/78, foi inaugurada a primeira igreja de Placas, com padres vindos de Rurópolis e Uruará. Os/as Leigos/as, (já participavam de encontros, CEB’s, Missões Populares e Semanas Catequéticas e Movimentos e Sindicatos (dentre elas surgiu a ideia e a necessidade da comunidade passar a ser Paróquia). Os primeiros católicos da época que contribuíram com a comunidade e Paróquia (Neide Crespam, Romeu, Isau, José Rodrigues, João Oliveira, Onir, Tatá, Osmar, Olívio, Dona Lina, Dó, Acácio, Nozinho, Chiquinho, Américo, Dona Jane, Valdo, Breno, Olivão, Selvina, Luiz Lazeres, Claudomiro, Carlito, O Delegado de Rurópolis da época Civaldo Ferreira, Isaurita, Selvina, Irani Tomaela, Avelino, Domingos, Vavá, Abílio, entre outros; ’catequistas’ Selma do Nozinho, Adelaide, Dona Nilda, Marina, Maria, Rodolfo, Isaurita). Passaram por aqui vários/as missionários/as, dentre eles/as; Pe. Oscar, Pe. Chico, Pe. Alírio, Ir. Adelina, Ir. Rosa, Ir. Terezinha Morena e Ir. Terezinha da Pastoral da Criança, contribuíram muito com Ponto de Revenda para os colonos; Daniel Capitane contribuiu muito com os Festejos e seu Domingos com a Área da igreja e Seu Vavá na mediação da área do Postinho de saúde da época, hoje é Bio Energético. Seu Rodolfo e Marinelza foram os primeiros catequistas de Crisma, onde veio o primeiro Bispo pra Placas.

Elevação a Categoria de Paróquia

       Com a criação do município de Placas e o crescimento das comunidades ao longo da estrada Transamazônica e vicinais, houve a necessidade da criação da Paróquia a fim de atender melhor os comunitários. Os primeiros passos aconteceram no dia 07 de Outubro de 2007, quando o pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Uruará repassou onze comunidades para a responsabilidade do Pároco da Paróquia Santíssima Trindade de Rurópolis Pe. Krzysztof Krzyskow, SVD (Cristóvão).

        A inscrição jurídica da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Placas da Prelazia do Xingu foi realizada no dia 10 de Dezembro de 2005 pelo Bispo Dom Erwin Kräutler. Na época o padre Blássio que atendia, voltou para Altamira e a Congregação do Verbo Divino assumiu a missão na paróquia com dois padres, Cristovão e Anthony Samy Siluvai, que a partir de 05 de Dezembro de 2005 vieram morar na Paróquia. As comunidades desde o Km. 224 até o travessão do Lama pertencem a Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Placas.

       O padre Cristóvão ficou por dois anos na paróquia e em Janeiro de 2008 foi trabalhar na fronteira da Venezuela com a Colômbia, atendendo um pedido do Generalato da Congregação. Pe. Siluvai ficou menos tempo. Com a saída do Pe. Cristóvâo, o padre Jaime Romero assumiu a Paróquia de Junho a Setembro e Pe. Sunil de Junho ao Setembro.

       Em Setembro, o Pe. Patrício Brennan, SVD, assume como pároco, onde ficou por mais de cinco anos. Na gestão dele, foi organizado um documento com assinaturas dos paroquianos para vir a Congregação das irmãs Missionários Servas do Espírito Santo, a qual foram bem aceitas pelas comunidades. Passaram por aqui as irmãs: Matilde, Madalena, Helena, Edileusa, Doroteia, Marialva, Anita, Lourdes, Maria Aparecida, Maria Lourdes e Oneide. Hoje temos a Ir. Marialva, Maria Aparecida (Cida) e Maria de Lurdes (Malu). Em Dezembro o Ir. Blasius Kindo veio somar com a missão na Paróquia. Em 2010 o Pe. Gregório veio contribuir, pois na época existia trinta e quatro comunidades. De lá para cá passaram pela paróquia os padres, Rudolvus (Rodolfo), Ir. Jorge, Pe. Aventino, Finado Pe. Clemente, Pe. Odenilson (Cid) e atualmente o pároco Pe. Antônio e o vigário Pe. João Lopo.

       A paróquia conta com sete setores, distribuídos da seguinte forma: Setor Nª Sra. de Nazaré, Setor Irmã Dorothy, Setor Frei Rainério, Setor Santo Arnaldo, Setor João Paulo, Setor Novo Jardim e Setor Guadalupe. Cada setor conta com um/a coordenador/a, que faz parte da coordenação paroquial, coordenação essa que juntamente com os padre e irmãs se reúnem de 3 em 3 meses e no final do ano em Assembleia juntamente com os/as dirigentes das comunidades.

Placas Pará – Fevereiro de 2025

JUBILEU DE 25 ANOS DO VERBO DIVINO EM OIAPOQUE

Povo de Oiapoque numa caminhada da fé

       Tudo começou por um convite do CIMI. Irmã Rebeca, encarregado pelo CIMI, foi até Oriximiná, fazer convite aos confrades que trabalhavam lá naquele momento. O convite do CIMI ao Verbo Divino era para trabalhar com o povo Apalaí no Parque Tumucumaque. Depois, mudança de opinião, e foi pedido ao Verbo Divino assumir um trabalho com o povo de Oiapoque. 

       Antes de assumirem a missão no Oiapoque, foi feita uma primeira visita, que foi uma acolhida e ao mesmo tempo uma expressão da Unidade na Diversidade. A primeira visita para a área foi feita (Talvez em 1997) com Pe. Cristóvão, Antônio Enério, (Otpista Filipino) e Patrício.  Pe. Nello e Ir. Rebeca que atuavam na área indígena acompanharam os confrades na viagem para as aldeias. Assim foram visitadas as aldeias Kumarumã, Açaizal, Espírito Santo e Santa Izabel. Nesta visita, o padre Patrício estava preocupado em saber se podia tirar fotos sem ofender.  Numa casa da aldeia Açaizal, o cacique falou, “Meu Deus, na minha casa, uma Irmã dos Estados Unidos, um padre da Itália, um seminarista das Filipinas, um padre da Polônia e um padre da Irlanda. Vou ter que tirar uma foto dessa visita”, e foi buscar a sua máquina. Após essa sondagem da área de trabalho, chegou a hora de assumir a Paróquia de Oiapoque.

       Em 1998, o Pe. Cristóvão se mudou para Oiapoque. O Pe. Patrício o seguiu em 1999. Esses eram os primeiros confrades a assumir a missão no solo oiapoquense, cujo acesso era muito difícil. Após a sua posse em 7 de fevereiro de 1999, como respetivamente Pároco e Vigário, os dois confrades iniciaram um trabalho de celebração, de formação, e do atendimento pastoral a todo o povo do Oiapoque.

       No plano pastoral, os verbitas em Oiapoque, investiram mais na formação dos leigos. Pois umas das primeiras dificuldades encontrados era a invisibilidade ou a inatividades dos leigos na Paroquia, pois não tinha leigos disponíveis para assumir a catequese, acompanhar a juventude e as crianças. Durante a sua caminhada com o povo, várias comunidades em bairros diferentes foram formadas para bem atender as necessidades espirituais e sociais do povo católico. Com aquela vontade de bem acompanhar o povo, o Pe. Cristóvão fez uma visita em Faro (uma cidade do Pará, na diocese de Óbidos) e conversou com o casal Iranildo e Mônica. Ao convite do padre Cristóvão o casal se mudou para Oiapoque para trabalhar como missionário leigo. Mônica trabalhou como secretária da Paróquia e formou o grupo de crianças/adolescentes Sta. Terezinha, entre outras coisas. Iranildo trabalhava mais na pastoral na cidade, mas às vezes visitava os interiores com os confrades. A visita as famílias católicas ou não, marcou a passagem dos confrades.

       Portanto, os confrades que passaram no Oiapoque não se limitaram somente em atender o povo da cidade, pois uma atenção particular foi dada ao povo indigenista. Esse, não teve somente a assistência espiritual, mas material também. Era bem cuidado. O atendimento ao povo indígena e sua aldeia, é de soma importância, pois era o objetivo do Verbo Divino assumir o trabalho no Oiapoque.

       Após alguns anos, vieram se juntar à comunidade verbita, os padres e irmãos Pe. José Mapang, Pe. Leandro Moreira, Seminarista Clifford de Souza (que voltou como para Oiapoque como padre), Irmão Elismar Casagrande, Pe. João Belarmino, seminarista Jean Paul de Togo, Pe. Eduardo Garcia (Lalo), Pe. Aparecido Luiz, Agostinho Tanarua, Pe. Jaime, Pe. Paulo, Pe. Gregório, Pe. Hazer, Pe. Odenilson.

       Hoje em dia, a missão no Oiapoque é acompanhada por Pe. Elfridus e Pe. Augustino Mevor.

       Durante 25 anos de presença verbita no Oiapoque, há em total 16confrades que marcaram esse território com sua presença. Os confrades: Patrício, Cristóvão, João Belarmino, Agostinho Tanarua, Pe. Gregório se doaram mais na área indígena enquanto os confrades: Patrício, Cristóvão, Luiz Aparecido, o finado Jaime, Paulo, Pe. Hazer, Pe. Odenilsom que doaram mais para missão na cidade e interiores. Hoje a missão indigenista é acompanhada pelo padre Elfridus e a da cidade pelo padre Augustin Mevor.

       Durante todos esses anos, o verbo divino vem imprimindo seu rosto no coração do povo oiapoquense. Assim, tem um grupo do AVA que está crescendo. A semente verbita contínua de ser plantada no solo oiapoquense para a construção do Reino de Deus.

VIVA VERBO DIVINO, VIVA DEUS UNO E TRINO!

Arquivo Paroquial