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MINISTRA GUAJAJARA NO ATL 2023

No dia 25 de Abril de 2023, a Ministra dos Povos Indígenas no Brasil Sônia Guajajara marcou a sua presença na Plenária no Acampamento Terra Livre 2023. O ATL deste ano tem um tema muito importante: O FUTURO INDÍGENA É HOJE. SEM DEMARCAÇÃO NÃO HÁ DEMOCRACIA.

Ela falou tão animada. Mencionou todas as lutas dos povos indígenas nesse momento do ATL que já tem 19 anos de sua existência qual ela também participou. Citou também a atitude do Presidente atual, Lula Inácio da Silva por criar o Ministério dos Povos Indígenas. É um avanço enorme para o Brasil.

Nesse momento, esteve presente também a Presidente da FUNAI, Joenia Wapixana, Juma Xipaya e mais nomes importantes dessa luta dos povos indígenas.

A HISTÓRIA DE UM HERÓI E DEFENSOR DO POVO INDÍGENA

AFONSO ALVES DA CRUZ

            Alfonso era grande herói e defensor dos povos indígenas. Nunca foi valorizado na própria cidade de Altamira.  Trabalhou no SPI e na FUNAI. Numa tentativa de contato com os Arara antes de serem exterminados pelo avanço da Transamazônica. Numa tentativa ele foi flechado, uma flecha atravessou o corpo passando pulmão.  Outro passou pelo rim. Milagrosamente ele escapou. Conseguiu helicóptero para Altamira e avião para Belém onde passou três meses.  Diz o Afonso:  “A gente tinha arma mas nunca pensamos em usar contra os índios.

O MASSACRE DA PRAIA DO FRIZAN

O pior tempo de massacres era da época da borracha.  Um dos piores que ouvi falar foi quando massacraram os Kayapó do Kararaô. E eu conheci  o patrão que mandou esse ataque. Foi o Frizan, o patrão. O seringal se chamava de Praia do Frizan ou só Praia.  Eles foram lá na aldeia dos índios e atacaram lá. Eu conheci índio que sobreviveu ao massacre, que tinha bala no couro.

O massacre aconteceu no Riozinho do Anfrísio, mas eu não sei o ano. Conheci duas seringueiras que os índios tinham raptado. Uma de Porto de Moz e a outra não sei. Uma se chamava Raimunda. A outra não sei o nome mas os índios botaram o nome dela de Notu. As duas escaparam do massacre. Eu conversei muitas vezes com elas lá no posto. Eles contaram que só ouviram o pessoal atirando, se esconderam, entraram na mata quando ouviram o barulho dos tiros. Quando voltaram viram um horror de gente morta. Esse que conheci que escapou, escaparam nove, entre eles o Tronto que era cacique da aldeia.  Ele falou que não conseguiram enterrar todos os corpos. Ficaram dois dias enterrando os corpos. Começara a apodrecer, a feder e teve que deixar a aldeia.

Conversei com um que participou e me contou que mataram noventa e poucos nesse ataque.

Contada por Afonso Alves da Cruz

Escrita por Patrício Brennan, SVD