THOMAS MORRISON

 

Nasceu em Belfast, Irlanda no dia 05 de Março de 1947. Filho de James Morrison e Isabella Morrison e chegou ao Brasil no dia 27 de Julho de 1976.

Fez seus estudos primários (1ª à 4ª série) de 1952 a 1958 em Belfast, na escola Sagrado Coração e a 5ª até à 8ª série na escola São Gabriel, também em Belfast.

Antes de terminar o segundo grau, deixou de completar o curso e se formou como enfermeiro psiquiátrico, profissão que exerceu durante alguns anos. Sentindo a vocação religioso-missionária, ingressou em 1967 num seminário que a SVD mantinha para as chamadas “vocações tardias” (na verdade alunos maduros sem o segundo grau completo) na vila de Carrog no País de Gales, para obter o diploma necessário.

De 1969 até 1972 fez seus estudos de filosofia no seminário de Donamon Castle, na localidade de Roscommon, Irlanda e estudou teologia de 1972 a 1976 no Divine Word Hostel em Maynooth, Irlanda.

Iniciou seu noviciado em 13 de Setembro de 1969 em Roscommon, professou seus primeiros votos em 14 de Setembro de 1970 e os votos perpétuos em 14 de Abril de 1975 em Maynooth. Sua ordenação sacerdotal aconteceu no dia 06 de Setembro de 1975 na paróquia Holy Cross, Belfast.

Depois da ordenação ficou ajudando em Dublin até que conseguiu seu visto de entrada no Brail. Seu primeiro trabalho foi em Guarapuava, Paraná a partir de 1976. Questionado sobre como se sentia no seu primeiro trabalho no Brasil, Thomás escreveu na sua ficha (1978):

” Acho o trabalho bem missionário. Também o trabalho atinge todas as áreas de pastoral. Por exemplo: Jovens, círculos bíblicos, saúde, liturgia, família, agricultura…”

À pergunta sobre seus trabalhos ou campos de evangelização preferidos ele responde: “Juventude, Catequese, Educação SVD e gostaria de me oferecer pra trabalho nos lugares mais necessitados do Brasil, por exemplo, no Norte”.

Na mesma ficha fala sobre os cursos que gostaria de fazer: “Catequese, educação, aconselhamento pessoal e NEMI”.

Por fim faz algumas observações pertinentes:

– “Dou meu apoio ao provincial e os seus conselheiros no desejo de achar novas pistas conforme o tempo de hoje”.

– “Não é bom que nossa força seja extraviada, isto é, no colocamento de nosso pessoal só dentro da província; o trabalho deve ser mais concentrado e feito em equipe.”

-“Gosto como as irmãs SSPS estão trabalhando com os padres aqui em Guarapuava.”

-“Mais ligação com as irmãs e trabalho de equipe com os padres na paróquia, especialmente no interior.”

-“Presença da SVD nas cidades é importante manter por motivo das vocações.”

Depois deste trabalho na paróquia St´Ana de Guarapuava, foi para o Seminário menor de Ponta Grossa e filosofia em Curitiba na comunidade de formação Paulo VI. Os formandos lembram-se dele com carinho, pela pessoa que era e o seu jeito novo de formá-los. Em vista de seu aperfeiçoamento na área de formação inscrevesse-se no CETESP, curso para formadores da Conferencia dos religiosos do Brasil, e assim vai para Brasília participar do curso de 16 de Fevereiro a 10 de Julho de 1987.

Desde o início do seu trabalho no Brasil ele manifestou o seu desejo de trabalhar no Norte. Assim pediu sua transferência para o então distrito de Santarém em 1988 e vai viver no Santarenzinho numa casa de palha perto da associação de moradores. Cuidou do Bairro e também do Eixo forte, enquanto sonhava com uma casa de formação da Região.

Quando chegou, em 1988 envia uma carta para Aloísio Fludra- provincial da BRS onde fala um pouco do então distrito de Santarém: “…estamos sentindo muito falta de pessoal, especialmente brasileiros e de outras nacionalidades para internacionalizar esta “província irlandesa” e para desenvolver os novos trabalhos de formação na periferia de Santarém e na nova Prelazia de Itaituba. De fato estamos muito atarefados. Como dizia João Barendze “não custa chorar um pouco, né?””

Em 1989 o distrito adquiriu o terreno onde se construiu a atual casa de formação. Em carta dirigida ao então provincial do BRS ele fala: “Gostaria que mandasse mais dinheiro para a casa de formação… os últimos cruzados se foram”

Noutra carta (1989) para irmão Anselmo, Ecônomo BRS, ele escreve: “quero avisar que recebi a segunda parcela para a casa de formação daqui, mandada com o Leo. O dinheiro não vai longe e parece que vem uma tempestade de preços altos: cimento custa 10,00; carne 5,00; cerveja 1,20. No mais estamos levando o barco em frente com fé e coragem. É o jeito.”

A seguir foi pároco da Paróquia de Santo Antônio em Oriximiná e trabalhou por dois anos na Missão de Boavista Roraima. Neste período passou alguns anos ajudando a Província Irlandesa como mestre de noviços e de teólogos, obtendo mestrado em Teologia Pastoral.

Em 2009 retornou para a Província BRS, assumindo a Paróquia Santa Bakhita na periferia de Paranaguá, até sentir a sua saúde debilitada no fim de 2013. No início de 2014 se transferiu para Ponta Grossa a fim de tomar os cuidados necessários com a saúde, mas para a surpresa geral veio a falecer durante a noite de 23/24 de março de 2015. Durante todos os seus anos de trabalho evangelizador sempre manteve uma posição clara e decidida em favor dos pobres e excluídos, opção que ele continuou em Paranaguá até a sua saída deste seu último trabalho.